Não responsabilize apenas indivíduos, nem aceite saídas superficiais, como vagões segregados. Que tal rever relações entre “homem”, “mulher” e sexo? No meio de tanto debate sobre o assédio que as mulheres sofrem diariamente em espaços públicos. Curiosamente, é a única questão que nos permitirá pensar em soluções eficazes para esse tipo de problema: de onde vem o assédio? Por que o assédio acontece? Há toda uma cultura em torno do que homens e mulheres podem e devem fazer em nossa sociedade. Todos e todas nós somos socializados com essas expectativas. Quando apreendemos, desde o nascimento, com base nas experiências concretas e reais, o que é “homem”, “mulher”, e em qual dessas categorias nos enquadramos, carregamos também, de brinde, uma carga de expectativas específicas para cada uma dessas identidades. Nos construímos, enquanto sujeitos, sobre essas expectativas. Entre as centenas de expectativas destinadas à categoria “homem”, por exemplo, a sexualidade como algo “instintivo” e “animal”, “incontrolável” é uma delas. Entre as centenas de expectativas destinadas à categoria “mulher”, por outro lado, a sexualidade é colocada como algo que se deve evitar.
Giorgio Bertini
Research Professor on society, culture, art, cognition, critical thinking, intelligence, creativity, neuroscience, autopoiesis, self-organization, complexity, systems, networks, rhizomes, leadership, sustainability, thinkers, futures ++
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